O Rugby e eu...
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O meu clube de sempre.

Devia ter uns 10 anos e foi nesta altura que nasceu este meu grande amor. Estou ao centro na linha de baixo.

Saiam da frente...

O meu clube de sempre.
O Rugby apareceu na minha vida por volta dos 10 anos, a convite de um amigo. Experimentei e nunca mais larguei. Primeiro como jogador, depois como treinador mas sempre como adepto.
Em 2009, fui convidado para dar apoio ao treinador dos Sub-10 pois estava só e precisava de um adjunto. Apesar da agitada vida profissional, senti que quando me iniciei nesta modalidade, se não tivesse tido treinadores que se sacrificaram para que os jovens pudessem treinar, aprender e jogar, eu nunca teria tido a oportunidade de conhecer e apaixonar-me por esta modalidade.
Senti que estava em falta para com um desporto que tanto me deu, tendo sido treinador do escalão Sub-12 do Clube de Rugby S. Miguel, com o de Grau 1 do curso de treinadores de Rugby, reconhecido pela FPR.
Aos 35 anos, cumpri um sonho há muito adiado, voltar a treinar e a jogar ao mais alto nível. Inscrevi-me na equipa sénior, trenei, treinei e treinei... Tendo sido recompensado com 12 minutos em jogo oficial contra a equipa do Técnico B. A época do C. R. S. Miguel esteve muito perto da perfeição, tendo-nos sagrado vice-campeões da 2ª Divisão e subido à primeira nessa época.
Mais um objectivo cumprido e a mostra de que quando nos esforçamos e dedicamos, o céu é o limite.
O Rugby é um desporto que nos dá disciplina, ajuda-nos a ganhar mais concentração, ensina a trabalhar em equipa e a saber depender desta... O Rugby é uma escola para a vida.
Quando nos passam a bola, por vezes, dispomos de muito pouco tempo para tomar uma decisão. O Rugby ensina-nos a tomar decisões rapidamente e a lutar por elas, enquanto houver caminho a percorrer. Aprendemos também a mudar de táctica, caso a decisão inicial não se revele como a melhor e, por fim, a passar a bola a um colega melhor posicionado para que siga para o ensaio. Team Work, poder de decisão, força de vontade, espirito de sacrifício e humildade são princípios que aprendi e mantenho até hoje.
Por fim, deixo um grande texto de um autor desconhecido mas que vale a pena ler!!!
“Do rugby aprendi uma preciosa lição, útil para o resto da vida quotidiana. Aprendi que 15 empurram mais do que um, mas se um não empurra, os outros ficam a saber disso.
Aprendi a calar e baixar a cabeça em sinal de respeito, mas sem que, por isso, me sentisse menos que alguém. Aprendi a ser honesto e a “esvaziar-me”, para me sentir “completo”. A compreender que, pelo simples facto de formar um círculo, abraçando os companheiros e repetindo a palavra humildade, humildade uma e outra vez, já venci, independentemente de ficar a zero ou não, no resultado que figurar no marcador final.
Aprendi que os “corredores” são importantes, sobretudo quando se ganha, mas se está sempre pronto a valorizar e recompensar o esforço da outra equipa.
Eu que joguei rugby, aprendi a saber aceitar sem reclamar; a não me resignar; a trabalhar para saber o que custa ganhar um metro em silêncio, e o fácil que é perder 10, por não saber estar calado. Aprendi a respeitar as decisões com a mesma vontade férrea daquele que tem competência para as tomar, a compreender os erros dos companheiros, erros que também são meus e, sobretudo… a levantar-me 100 vezes, perdendo às vezes, mas sem nunca sair derrotado.
Este desporto de rufias, praticado por cavalheiros, ensinou-me ainda outras valiosas lições, muitas incompreendidas aos olhos dos que nunca jogaram rugby: por exemplo, no dia seguinte ao jogo, cheio de dores e nódoas negras, estar feliz e realizado pela entrega. Um sentimento que a minha Mãe nunca entendeu. Mas, também a sensação da áspera camisola, mesmo que desconfortável, símbolo de valor e dever. O mesmo em relação ao designado “terceiro tempo”, quando o companheirismo se sobrepõe a qualquer outro sentimento.
Se alguma vez jogaste rugby, serás sempre membro de uma “família” sem fronteiras, com um idioma, um pensamento e uma visão comum. Mesmo depois de deixares de jogar, ao dobrar uma qualquer esquina desta vida irás reencontrar uma camisola que vai trazer recordações de desafios passados, garra, esforço, dedicação… Mesmo que não conheças quem a veste, não resistirás a perguntar de onde vem e onde jogou? Nessa altura, sem saber como e em menos de um “drop”, estarás a partilhar uma cerveja”.